Levantei e como de costume fui direto para o banheiro. Na noite passada, quando cheguei em casa Nicole já estava dormindo, e pelo jeito não teve nenhum pesadelo. - Joguei aguá no meu rosto e passei a toalha devagar,me encarei no espelho e eu consegui ver o quanto eu cresci, o quão diferente eu estou. Eu cresci, minha aparência mudou, mas a minha vida não mudou nada, completamente nada, a mesma rotina de sempre ou melhor, a mesma rotina de mais ou menos 10 anos. Por que apenas agora eu estou vendo como minha vida não é normal, por que só agora estou percebendo o quanto nada, NADA mudou e eu continuo vivendo todos os dias do mesmo jeito há quase 10 anos, isso não é normal, tem algo errado nisso. - Prendi meu cabelo em um coque alto e entrei no banho. [...] Troquei de (roupa), arrumei minha cama e abri a janela. Depois do frio de ontem, para compensar hoje estava um clima agradável. - Olhei no relogio ao lado da minha cama, e eram 9:00hrs, acho que dormi mais do que costumo hoje, meus bebês devem estar com fome. O céu está completamente azul, parece que hoje vai ser um dia, mais um dia normal. Olhei para a janela do quarto do Justin, e a cortina estava fechada. abri um pouco mais a janela e desci para tomar café. - Não tinha ninguem alem de Beth. ( Beth ajuda a organizar a casa, e a comida ). Me sentei na mesa, e coloquei um pouco de suco no meu copo.
- Bom dia Beth. - Eu disse um pouco desanimada e peguei um pedaço de pão.
- Bom dia querida. - Ela respondeu e eu me escorei na cadeira.
- Está tudo bem com você Amy?
- Sim, porque?
- Não sei, geralmente você está alegre, radiante todas as manhãs. Parece estar tão tristinha. - Ela disse e se sentou ao meu lado.
- Eu estou bem Beth, acho que vou pegar uma gripe, só isso.
- Mas porque não me disse nada querida, vou buscar remédios. - Ela disse afobada e se levantou.
- Não precisa...
- Precisa sim, não quero ver ninguém aqui doente, choramingando de dor pela casa. Principalmente você. - Ela disse sorriu e saiu. - Beth é como uma mãe para nós, ela não fica aqui por muito tempo, ela tem sua casa, e seus filhos para cuidar. Mas sempre que está por aqui alegra a casa, principalmente quando ela traz um de seus filhos. - Beth tem um filho de 18 anos, chamado David, e outro de 14 chamado Willian. David quase nunca vem para cá, Beth diz que é porque ele trabalha e é bem ocupado, mas Willian está de vez em sempre aqui, sempre curtindo os animais, e animando a casa. Eu realmente gostaria que Beth morasse conosco. Mas ela sempre diz que seus filhos não iriam gostar muito da ideia, mesmo eu sabendo que Willian iria adorar, David provavelmente não. - Beth voltou com a maleta de remédios, e esparramou todos na mesa.
- Aqui, tome um deste aqui princesa. - Ela disse e me entregou um comprimido e um copo de aguá.
- Eu acho que não é necessário.
- Não discuta comigo, é melhor prevenir do que remediar querida. - Ela disse e eu tomei o comprimido.
- Viu, não doeu nada. - Ela disse e começou a guardar os remédios.
- Por que não trouce o Willian, o dia está tão lindo. - Eu disse com a mão na boca.
- Ele está aqui. - Ela disse e fechou a caixa. - Está lá no aquário com a Nicolle. - Ela terminou e colocou a caixa em sima da geladeira.
- Agora entendi porque Nicolle não foi me acordar.
- Os dois devem estar desenhando lá.
- Mas escuta...- Eu acho que Willian iria adorar morar aqui.
- Ain Amy...
- O que ?
- Já falamos sobre isso.
- Mas você nem ao menos perguntou para eles.
- Aqui é muito longe do trabalho de David, e ele não iria se acostumar, ele já está acostumado com o mundo da tecnologia e a cidade grande. Vocês não querida...
- Mas nós temos tudo isso, apenas não usamos muito.
- Olha, eu vou conversar com eles, e depois te falo Ok? Mas não crie expectativas. - Ela disse me deu um beijo na testa e saiu. - Terminei meu café e fui até o celeiro. Os cavalos estavam agitados, e ficaram um pouco mais calmos quando me viram. [...] - Terminei de dar comida a eles, e os soltei, é bom ver eles correrem e fazerem o que quiserem por um tempo. Fui até o aquário e Nicolle e Willian não estavam lá. - Voltei para a frente de casa, e de longe consegui ver alguém vindo em minha direção, olha melhor e consegui ver quem era. Justin, é o Justin. Um sorriso instantâneo se abriu em meu rosto, e eu fui andando devagar até ele. Ele estava sorrindo também, provavelmente pela minha reação bobona.
- Posso ter minha primeira aula hoje? - Ele perguntou sorrindo e eu o abracei.
- Sim, você pode mas...
- Mas?
- Vai ter que ser paciente, e calmo.
- Eu vou tentar. - Ele disse e olhou para os cavalos soltos.
- Venha, vou pegar um cavalo para você. - Eu disse segurei seu pulso e o puxei.
[...]
[Justin narrando on ]
Caraca, aonde eu fui me meter?? - Eu não vou conseguir subir em um cavalo de novo, a ultima vez que eu fiz isso foi quando eu tinha 13 anos, eu ainda estava namorando com a Cailtin. Aonde eu estava com a cabeça, eu vou me arrebentar todo aqui. - Seja forte.
- Tudo bem ? - Amy perguntou.
- Sim, claro. - Respondi. - Um cavalo grande e negro já estava parado na minha frente, preparado.
- Coloque seu pé direito aqui, e dê o impulso para cima. - Ela disse e eu fiz o mesmo.
- OMG, eu consegui. - Eu disse sorrindo e ela riu.
- Não é tão difícil como parece seu bobo. - Ela disse e sorriu.
- Agora... Assente a planta dos pés na base dos estribos, com o calcanhar para baixo e a biqueira ligeiramente para fora. - Ela disse sério e calma. O que eu deveria ter dito é :
" - O que?? - base do que? - Que planta?- O que é biqueira?? - Você poderia falar na nossa lingua por favor??" - Mas o que eu realmente disse foi :
- Ok, entendi. - (Sou um idiota eu sei).
- Tudo bem...Agora dê um sinal ligeiro com as rédeas e use a voz, pernas e peso do corpo para conduzir o cavalo. - Ela disse ainda calma. Tudo bem, desta vez eu entendi, mas não prometo que vou acertar.
- Está pronto ?
- Como assim ??
- Fica calmo, ele vai ir devagar. - Ela disse e deu três pequenos tapas fraquinhos no cavalo.
- Cuida dele garoto. - Ela disse olhando para o cavalo. - É para eu cuidar do cavalo, ou para o cavalo cuidar de mim?.... - O cavalo começou a andar. Nunca senti meu coração bater tão rápido. -Para aonde ele está me levando ?? - Gritei para ela.
- Para aonde eu estou o guiando. - Ela respondeu, bem ao meu lado, montada em outro cavalo.
- E para aonde você está o guiando?
- Relaxa...é só um passeio. - Ela disse e sorriu. - Então, o que te trouce aqui hoje ?
- Minhas pernas. - Respondi e ela me encarou segurando a risada.
- Eu sei que você quer rir. - Eu disse e ela riu. - Sabe no que eu não acredito ?
- O que ?
- Que eu passei 18 anos sem conhecer você. - Eu disse e ela sorriu envergonhada.
- É sério, se eu tivesse te conhecido antes, talvez eu já estivesse craque com os cavalos como você.
- Ou talvez melhor.
- Impossível. - Respondi e ela riu.
- Não é impossível. - Quando eu aprendi a andar de cavalo, eu cai nos primeiros segundos, você ainda não caiu, isso pode querer dizer algo.
- Quantos anos você tinha ?
- 6. - Ela disse e eu ri.
- Eu tenho 18, percebeu a diferença ? - Eu disse e ela sorriu.
- Isso não faz nenhuma diferença. - Posso te fazer uma pergunta ?
- Siim.
- Você acha que eu sou normal ? - Ela perguntou um pouco tristonha.
- Desculpa te responder com outra pergunta, mas porque você esta me perguntando isso?
- Eu não sei, eu acho que depois que eu conheci vocês, percebi o quão minha vida é diferente, eu...eu só estou achando meio estranho.
- Sua vida é incrível, muitas pessoas amariam ter uma vida assim, inclusive eu. - Você não é normal, você é especial do seu jeito. Pode tirar estes pensamentos ruins que estão na sua cabeça agora, porque ser normal não é o que você está pensando, ser normal é chato. E é por não ser normal, que sua vida, e você são incríveis. - Eu disse (Isso foi profundo). E ela abaixou a cabeça sorrindo.
- Obrigada, você é um ótimo amigo. - Ela disse e olhou para mim sorrindo.
- Agora pode me dizer para aonde estamos indo? Não quero ficar em um lugar em que você possa me matar, me jogar em um poço e ninguém nunca ira me encontrar.
- Credo que dramático. - Ela disse rindo.
- Me diz.
- Não preciso mais dizer, já chegamos. - Ela disse e foi parando devagar, segui os movimentos dela e consegui parar também. O céu estava completamente azul e deixava aquela vista mais bonita ainda. Era realmente incrível e calmo.
- Quantos lugares incríveis assim você tem aqui? - Perguntei e ela desceu do cavalo.
- Nunca contei...Quer ajuda para descer?
- Não, acho que já peguei a manha. - Eu disse e desci, com um pouco de dificuldade, mas acho que não deu para notar.
- É acho que sim. - Ela disse e prendeu os cavalos em uma arvore. - Venha. - Ela disse e se sentou em uma das pedras. Segui ela e me sentei ao seu lado. Ela estava com um cheiro delicioso, brincava com suas botas D.Martnes e suas pernas de um jeito "sexy". Não queria olhar para suas pernas, mas eu sou homem, é quase que impossível.
- Acho que você tem rasão. - Ela disse baixinho.
- Em que ?
- Minha vida...acho que não encontraria nada melhor. - Ela disse, olhou para mim e sorriu. - Olha isso, é lindo.
- Eu sei, é incrível. É bom para relaxar e conversar. - Eu disse e me deitei na pedra.
- Sabe o que eu acho ? - Ela perguntou, e eu fiquei em silencio esperando ela prosseguir. - Eu acho que vou entrar. - Ela disse e se levantou. Tirou as botas e a camiseta, tentei não olhar para suas curvas, mas como tinha dito antes, eu sou homem. Ela virou para mim sorrindo, passou a mão no cabelo e subiu em uma pedra mais alta, deu um impulso para traz e mergulhou. Confesso que senti uma atração por ela agora, mas é coisa passageira, não me culpem, ela é linda. Levantei, tirei a camisa e mergulhei também. Não pensei que o lago fosse fundo, mas é, não muito fundo, mas se alguém tentasse me matar ali, iria conseguir bem fácil. (Drama).
- Não acredito que você pulou. - Ela disse tirando o cabelo do rosto.
- Eu não acredito que VOCÊ pulou. - Eu disse e ela riu.
- Você é doido.
- Você é doida.
- Vai ficar me imitando ??
- Desculpa. - Eu disse e ela riu, e logo depois mordeu os lábios. Segui os olhos dela e percebi que ela estava olhando para o meu peito. (Meu tanquinho sedução) . Disfarcei, mas ela percebeu que eu percebi. (Hãn?). - Ela jogou um pouco de aguá no rosto e balançou a cabeça negativamente, para ela mesma.
- O que foi ? - Perguntei e ela riu.
- Nada, nada não. - Ela disse brincando com as mãos na aguá, tentando desviar o olhar. (Do meu tanquinho sedução). - Eu só...nunca tive amigos assim como você, Chris e a Caitlin.
- Nunca mesmo ? - Perguntei surpreso.
- Na verdade, eu já tive um, é acho que sim.
- Por que você está em duvida?
- Porque com ele foi um pouco diferente. - Ela disse e eu entendi perfeitamente o que ela quis dizer.
- Acho que entendi...um namorado ?
- Não...não chegou a esse ponto. Ele morava na casa que tinha atras do lago. Ele era uma ótima companhia, mas...mas ele começou a ficar um pouco paranoico.
- Paranoico como ?
- Ele começou a pesquisar sobre minha vida, e coisas do tipo. Eu não tenho muito o que contar sobre mim. Ele queria saber, mais, e mais. Como a maioria das perguntas não tinham respostas, ele começou a investigar para ver se consegue achar as respostas. - Até que...
- O que ??
- A casa do lago pegou fogo. E nunca mais o vi. a única coisa que sobrou da casa, foi uma caixa, cheia de papeis, e coisas sobre mim que provavelmente ele pesquisou. - Eu não entendo, nunca entendi a necessidade dele, de saber mais.
- O que ele queria saber exatamente ?? Você sabe?
- Não.
- Que estranho. - Eu disse fitando seu rosto, ela parecia tensa, provavelmente não se sente muito bem falando sobre isso.
- Eu me culpei tantas vezes, não sei se ele está vivo, morto, ou se ele ao menos está bem. - Ela disse meio tristonha e jogou mais um pouco de aguá no rosto. A curiosidade tomou conta de mim, ele deveria saber de algo, ele deveria querer algo especifico, provavelmente dinheiro. Me aproximei dela e levantei seu rosto, o nariz estava vermelho e os olhos também.
- A culpa não é sua.
- Como você sabe ?...Eu não tinha as respostas que ele queria, e talvez se eu tivesse, isso não teria acontecido.
- Você está ouvindo o que você está dizendo? - Você não sabia, a culpa não é sua. E se ele foi idiota o bastante para...eu não sei, se entregar para a curiosidade. Eu acho que é o melhor para você ter se afastado.
- Eu não me afastei, ele desapareceu...ou morreu. - Ela disse e voltou a abaixar a cabeça. Eu não suporto ver garotas chorarem. Puxei ela para mais perto e a abracei......
CONTINUA...
(5 comentarios)
Agora vou ser má.